Numa sala a palavra “autista” ecoa enquanto, catártica, tento computar o sentido do que está sendo dito. Eu não conseguia me sentir inserida em lugar nenhum do tempo ou espaço. Tudo parecia em câmera lenta, mas, ao mesmo tempo, aquela consulta com o médico mudava minha vida em uma velocidade que eu não sabia se seria capaz de acompanhar. Foi mais ou menos assim que me senti no momento em que minha filha foi diagnosticada. Bom… É de se ressaltar o “mais ou menos” , afinal tento aqui passar em palavras o que é indescritível. Não há o que expressem os sentimentos de um pai ou mãe que recebe um diagnóstico de autismo de seu filho (no meu caso, filha). Tristeza? Não posso dizer que não senti em alguns momentos, mas definitivamente esse não é o sentimento mais marcante da minha relação com o diagnóstico de minha filha. Acho que a sensação inicial é de insegurança . Insegurança por não ter certeza do que ser autista significa, que limitações isso irá impor, quais dificuldades essa