"A educação musical ajuda para as compreensões não apenas dos afetos, mas também para a aprendizagem da leitura, da escrita e dos estudos no futuro. As diferenças de ritmo, melodia, harmonia e tempos próprios da musicalidade apresentam novas formas de resolver situações"
O ar é mensageiro de alguns dos principais estímulos que influenciam e nutrem um bebê que nasce. O oxigênio que se respira e mantém a vida acesa desde o parto mora no ar. Os aromas e toda a informação sensorial do cheiro que ajudam o bebê a identificar os pais e os adultos cuidadores também vêm pelo ar. A sonoridade, ritmo, melodia e harmonia que compõem os tons de voz familiares são outra forma de o bebê, que ainda não enxerga, perceber o amor de seus pais. E assim começa a educação musical que, quando aprofundada, ajuda as crianças a serem mais espertas, saudáveis e capazes de entender melhor o mundo.
— No primeiros anos de vida, as crianças reconhecem mãe e pai pelo som e pelo cheiro. As diferentes nuances da voz e dos silêncios são música para o bebê – explica o doutor em psicologia Lino Macedo, professor de Psicologia da Aprendizagem, do Desenvolvimento e da Personalidade da USP.
O médico defende que a primeira educação musical vem de ouvir os pais cantarem, falarem, rirem e conversarem com a criança, mesmo que elas não saibam responder. Ele explica que a coreografia dos sons vai sendo percebida pelos ouvidos do bebê e sendo associada aos sentimentos. Desta forma, vão se criando novas sinapses no cérebro dos pequenos e as memórias começam a ser criadas. Segundo ele, isso acontece durante toda a vida, mas ocorre principalmente até os sete anos, que é quando a criança tem o aprendizado da linguagem estabelecido. Este fenômeno pode ser percebido quando o bebê sorri para uma brincadeira com um tom de voz. Depois disso, sempre que ele é repetido, o bebê vai responder com um sorriso. Assim se forma a sua inteligência auditiva e musical.
— Muitas pessoas pensam que, porque não falam e não entendem, os bebês não precisam do estímulo sonoro. Muito pelo contrário, essa aprendizagem é muito importante para o desenvolvimento deles. A música é uma linda base de formação das crianças – afirma Lino Macedo.
A educação musical ajuda para as compreensões não apenas dos afetos, mas também para a aprendizagem da leitura, da escrita e dos estudos no futuro. As diferenças de ritmo, melodia, harmonia e tempos próprios da musicalidade apresentam novas formas de resolver situações. Uma mesma música tocada como samba ou como funk muda completamente, assim como a rotina.
— As pessoas que têm desenvolvimento musical apresentam melhor relação com outras capacidades. O ensino da música, quando bem orientado, é leve, livre e lúdico, prazeroso com as coisas do mundo – diz Denise Borborema, Coordenadora de uma unidade do Conservatório Brasileiro de Música.
A coordenadora de Fisioterapia do Centro Universitário Celso Lisboa, Fernanda Mexas, ressalta ainda a motricidade fina das mãos que os músicos têm, principalmente os que tocam instrumentos de corda. Ela ressalta que o estímulo de várias áreas do cérebro provocado pelo estudo da música faz a criança desenvolver não só a aprendizagem, mas a coordenação motora, a concentração e a memória.
Andando no ritmo
A importância de estimular ainda mais os pequenos através do som deu início a vários projetos de sensibilização musical. O projeto Música Viva, por exemplo, recebe crianças de zero a dois anos e seus pais para brincadeiras com instrumentos, bolinha de sabão, tecidos e até massagem.
— O nosso objetivo é criar um ambiente onde elas possam se divertir, interagir com os pais e conhecer as diversas possibilidades do som. Não ensinamos os bebês a tocar nada, mas a brincar de andar no ritmo da música, por exemplo – diz Léo Gonzaga, um dos musicoterapeutas do projeto.
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